UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA
PROGRAMA DAS DISCIPLINAS DO SEMESTRE 2017.2
TÓPICOS DE METAFÍSICA IV "Descartes: Retórica da evidência e poética do pensamento"
Prof. Dr. Leonel Ribeiro dos Santos Carga-horária: 15h Objeto e metodologia: O trabalho do Curso consiste na leitura e interpretação de textos selecionados das obras de Descartes, visando uma contextualizada reabilitação da pertinência do pensamento do “filósofo mal-amado”. Partindo de uma breve história das receções do Cartesianismo e da discussão das interpretações-cliché dominantes (o filósofo racionalista, mecanicista e dualista; o filósofo da «ordem das razões»; o metafísico do cogito sem corpo, sem sensibilidade, sem sentimentos e sem paixões), procede-se a uma avaliação de interpretações recentes da filosofia cartesiana, destacando alguns tópicos, tais como: a linguagem filosófica e a ordem das imagens; a gramática da certeza; a retórica da evidência; a poética do cogito e da invenção científica; a metafísica cartesiana como meditatio e experimentum rationis. A abordagem é feita privilegiando a leitura direta dos textos de Descartes, interpretados na interlocução não só com os debates contemporâneos do filósofo, mas também com algumas obras recentes, que põem em causa as interpretações tradicionais do filósofo do cogito e do método e dão destaque a aspetos não lidos ou muito pouco atendidos da sua obra. Obras de Descartes para leitura e interpretação: Regras para a direção do espírito (Lisboa: Edições 70) Discurso do Método (São Paulo: Martins Fontes) Meditações sobre a Filosofia Primeira (Coimbra: Almedina; São Paulo: Abril Cultural; ed. bilingue, trad. de Fausto Castilho, Campinas: Unicamp) Princípios da Filosofia – I Parte (Lisboa: Presença, 1995) Oportunamente poderão ser aduzidos outros textos. Bibliografia básica de apoio: ALVES, Pedro M. Santos, «O homem verdadeiro e a máquina de terra. Sobre o problema mente/corpo e o tema da consciência no pensamento de Descartes», Philosophica, 12 81998), pp.145-171. CAHNÉ, Pierre-Alain, Un autre Descartes. Le philosophe et son langage, Paris : Vrin, 1980. CAVAILLÉ, Jean-Pierre, La fable du monde, Paris : Vrin, 1991. COSSUTA, Fréderic (dir.), Descartes et l’argumentation philosophique, Paris:PUF, 1996. CRAPULLI, G., Mathesis Universalis : Genesi di una idea nel XVI secolo, Roma: Ateneo, 1969. FONTAINE, David, «Le chemin : une image directrice dans la pensée de Descartes», in : B. Curatolo et J. Poirier (Eds.), L’imaginaire des philosophes, Paris/Montréal : L’Harmattan, 1998, pp.75-97. FOUCAULT, Michel, Les mots et les choses, Paris : Gallimard, 1966. FUMAROLI, Marc, «Ego scriptor : Rhétorique et Philosophie dans le Discours de la Méthode», in : Henry Méchouan (d.), Problématique et Réception du Discours de la Méthode et des Essais, Paris : Vrin, 1988.
GATTO, Alfredo, Descartes e il teatro della Modernità, Milano: Università San Rafaelo, 2013. ______, «La fabula de Descartes. La libre création des vérités éternelles et le théâtre des Meditationes», Revista Filosófica de Coimbra, 42, 2012, pp.338-362. LOPARICI, Zeljko, Descartes Heurístico, Campinas: IFCH/UNICAMP, 1997. MARION, Jean-Luc, Sur la pensée passive de Descartes, Paris :PUF, 2013. _______ Sur la théologie blanche de Descartes. Analogie, création des vérités éternelles et fondement, Paris : 1981. ______ Sur l’ontologie grise de Descartes : science cartésienne et savoir aristotélicien dans les « Regulae », Paris : Vrin, 1975. ______ (Dir.), Descartes, Paris : Bayard, 2007. SANTOS, Leonel Ribeiro dos, Retórica da evidência ou Descartes segundo a ordem das imagens, Lisboa: CFUL, 2013 (2ª ed. revista e ampliada). _________ Tradução, Apresentação e Comentário a: R. Descartes, Princípios da Filosofia, Lisboa: Editorial Presença, 1995. _____ / ALVES, Pedro / CARDOSO, Adelino (Eds.), Descartes, Leibniz e a Modernidade, Lisboa; DFUL/Colibri, 1998. ZITTEL, Claus, Theatrum philosophicum. Descartes und die Rolle ästhetischer Formen in der Wissenschaft, Berlin: Akademie Verlag, 2009.
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SEMINÁRIO DE METAFÍSICA III Prof. Dr. Edrisi de Araújo Fernandes Carga-horária: 30h Objetivo: O programa consistirá na leitura e estudo da obra de François Jullien “Um Sábio Não Tem Ideia” (1998; trad. brasileira 2000). Apresentação da obra e da disciplina: O filósofo e sinólogo francês François Jullien parte de uma justaposição das ideias de filosofia e sabedoria utilizando o pensamento oriental, em especial o chinês, para transitar por noções de relatividade, disponibilidade e transformação. Seu objetivo é, em suas próprias palavras, “abrir a razão”, retirando a sabedoria “do horizonte místico” que atualmente ocupa. O autor tenta responder a várias perguntas nesta obra, tais como: O que se faz hoje da sabedoria? O que pode ser uma lógica da sabedoria - uma lógica sem logos? Do ponto de vista da sabedoria, como foi possível - e era necessário? - fazer uma “fixação” sobre a verdade? Teria a filosofia na Grécia, apegando-se à verdade, descarrilado para fora da sabedoria? Se como foi dito por Confúcio, o sábio “não tem ideia”, é porque toda ideia formulada já é uma posição tomada - um “parti pris” - sobre a realidade. Por outro lado, rastreando os traços apagados da sabedoria, procura-se entender o que pode ter escapado à filosofia. Como restituir consistência ao que está enterrado, como explicitar sua coerência? Desde que a filosofia ocidental, a partir da Grécia, se impôs como finalidade o conhecimento racional da verdade, a tradição europeia se separou definitivamente da sabedoria como experiência vital. Através desta obra, o autor se dispõe a voltar a dar consistência à antiga via da sabedoria, abrindo uma possibilidade ao pensamento distinta daquela desenvolvida pela filosofia. Afinal, “não ter ideia significa que ele [o sábio] evita pôr uma ideia à frente da outra (...) não privilegia nenhuma (nem, com isso, exclui nenhuma) e aborda o mundo sem projetar nele nenhuma visão preconcebida. Ele não estreita nada, por conseguinte, com a intrusão de um ponto de vista pessoal, mas mantêm sempre abertas todas as possibilidades” (p. 21 da trad. brasileira).
Apresentação original da obra: Nietzsche demandait: pourquoi avons-nous voulu le vrai plutôt que le non-vrai? Sa question prend à revers la tradition européenne, en osant toucher à la valeur de la vérité, mais elle ne remet pas en cause le monopole que celle-ci a fait subir à la pensée ni la fade représentation de la sagesse qui en découle. Or si, au lieu que ce soit la sagesse qui n'aurait pas accédé à la philosophie, c'était la philosophie qui, en se braquant sur le vrai, avait dérapé hors de la sagesse? Car si le sage est “sans idée”, comme il est dit de Confucius, c'est que toute idée avancée est un parti pris sur la réalité. En partant sur les traces estompées de la sagesse, cet essai revient sur ce qui a pu échapper à la philosophie; et, confrontant celle-ci à la pensée chinoise, il redonne une consistance à la sagesse. Apresentação do autor, por Kai Marchal, num site anglófono (http://warpweftandway.com/francois-jullien-and-the-hazards-of-chinese-reality/): It is no exaggeration to call Jullien the most famous sinologist in the West. His books have been enthusiastically received by the public, and he is probably the only living scholar writing on pre-modern Chinese thought who has made a visible impact on the field of philosophy – at least in France where philosophers like Alain Badiou and Jean-François Lyotard have endorsed his very particular view of what philosophy should be. But also, to some extent, in Germany where, in 2010, he has received the prestigious Hannah-Arendt price for political thinking. His work, Jullien emphasizes, does not aim to be comparative philosophy: being highly critical of the European tradition of philosophy (of what Heidegger has called the “onto-theological” foundations of Western thinking), Jullien turns to pre-modern China in order to gain distance from the current (Western) mode of thought and to raise the disturbing question whether “we” (in the so called West) are not entrapped in one particular world view that is ultimately wrong/doomed to failure/far too removed from ordinary life. Although it is not easy to summarize Jullien’s philosophical stance in a few lines, I think it is not wrong to describe him as a thinker belonging to the “Heideggerian” school, influenced by the romantic desire to over-come capitalist liberal modernity, even to restore some sense of meaning in a meaningless world (maybe searching for the final Versöhnung [reconciliation] between subject and object, nature and history, East and West that Hegel was unable to discover). Little surprise, then, that Jullien scorns the contemporary social and political reality in Asia as a bad copy of American capitalism, as some kind of Wiedergänger [revenant] of the West, as un-real and simply “not interesting”. What Jullien yearns for is the cultural difference per se, the original Kluft [abyss] between Greece and China; consequently, he has never had much sympathy for intellectuals like Mou Zongsan who have tried to somehow “modernize” the Confucian tradition by integrating Western elements. This is, of course, still a rather sketchy description of Jullien’s project. Personally, I have much sympathy for his general approach to Chinese philosophy, being less systematic, less analytical than most other scholars’ work, but rather aphoristic, romantic, even “nomadic”. But there is no doubt that his books easily lead readers to develop a too strong notion of cultural otherness, thereby glorifying a long-gone literati culture and, rather naturally, developping a certain contempt for the Chinese present. Of course, his project is thought to be critical and even zetetic in a very general, even “Foucauldian” sense; but his basic Heideggerian stance (in continuation of the Kantian transcendental question) makes it that the ultimate goal of his books is not to get involved in contemporary Chinese reality, but to understand better the European heritage or re-discover European subjectivity or describe some sense of future meaningfulness that “we”, qua European citizens, can share and develop in our own lives (this hope becomes clear, I would argue, in his more recent book on the Zhuangzi 莊子, “Vital Nourishment: Departing from Happiness”, Zone Books 2007). Resumo do conteúdo da obra, por Bruno Foucher: https://www.editions-allia.com/files/note_2835_pdf.pdf Bibliografia principal:
F. Jullien, Um Sabio Não Tem Ideia (Un sage est sans idée: Ou l’autre idée de la philosophie. Paris: Seuil, 1998); trad. Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2000. (Capítulos IV e V disponíveis em https://largojardim.files.wordpress.com/2013/01/um-sabio-nc3a3o-tem-ideia-f-jullien-ed-martins-fontes.pdf) Bibliografia suplementar: F. Jullien, “Pensar a partir de um fora (a China)”. www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/periferia/article/download/3462/2378 Anon., “Ni la morale ni la sagesse doivent s’imposer comme um absolu lointain” https://www.editions-allia.com/files/note_2835_pdf.pdf Nguyen Ngoc, “A propos d’un chapitre important dans «le sage est sans idée» ou une certaine lecture de François Jullien”. https://gerflint.fr/Base/Monde3/nguyen.pdf Daniel Mercier, “Philosopher pour être plus sage?”. http://www.cafephilosophia.fr/sujets/philosopher-pour-%C3%AAtre-plus-sage/ Anon., “Juste un pas vers la sagesse”. http://www.regardauvergne.com/archives/2013/05/09/27117609.html Gustavo Bernardo, “Por que um sábio não tem ideia?”. http://www.revista.vestibular.uerj.br/coluna/coluna.php?seq_coluna=35 Thaís Rrücker e Vinicius Simas, “Diálogo para respeito das diferenças” (entrevista com François Jullien) http://www.ufrgs.br/difusaocultural/adminmalestar/documentos/arquivo/EntrevistaFilosofia.pdf Cristian Warken, “Entrevista al filósofo francés François Jullien” http://www.unabellezanueva.org/wp-content/uploads/documentos/entrevista-f-jullien.pdf
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SEMINÁRIO DE METAFÍSICA IV "A estética de Schopenhauer e O Nascimento da tragédia de Nietzsche"
Prof. Dr. Dax Fonseca Moraes Paes Nascimento Carga-horária: 30h
Ementa: Temas e problemas relacionados à Metafísica, estabelecidos conforme o interesse e pesquisa do professor e dos discentes do PPGFIL no momento da oferta de disciplinas. Objetivos: Objetivo Geral: Investigar a questão da cognoscibilidade da coisa-em-si mediante a contemplação estética de suas objetidades imediatas (Ideias) e Música segundo a Metafísica do Belo formulada por Schopenhauer e interpretada por Nietzsche. Objetivos Específicos: 1) Compreender a posição de Schopenhauer em relação ao idealismo platônico e à Analítica do Belo kantiana; 2) Investigar a doutrina do comprazimento estético e o controverso sentido do conceito de “desinteresse”; 3) Compreender a relação entre as obras artísticas e os graus de objetivação da
Vontade, bem como o impacto da metafísica schopenhaueriana da música sobre a obra inicial de Nietzsche; 4) Analisar as ressonâncias éticas da Estética schopenhaueriana. Conteúdo: 1. As Ideias: cognoscibilidade, contemplação e comprazimento desinteressado, ou: A possibilidade de superação da subjetividade individual 2. Os graus de objetivação da Vontade na arte 3. A Música além da arte: expressão da Vontade Competências e habilidades: • Desenvolver as capacidades de leitura crítica e contextualizada, reflexão, argumentação e expressão. • Desenvolver a capacidade de situar problemas filosóficos na prática da vida mediante o reconhecimento de sua concretude original, possibilitando experiências significativas da atividade do pensamento. • Desenvolver a habilidade para exercer atividades de pesquisa sistemática e capaz de contribuir para o desenvolvimento de estudos na área de Metafísica. Metodologia: Aulas expositivas e dialogadas amparadas em leitura e análise especialmente do terceiro livro de O mundo como vontade e representação, de Arthur Schopenhauer, e seus complementos, devidamente contextualizadas na tradição discutida pelo autor, bem como seu legado reconhecível em Nietzsche. Avaliação: Trabalho individual escrito a ser entregue após o término das aulas. Referências: Básicas NIETZSCHE, F. W. O nascimento da tragédia, ou helenismo e pessimismo. Trad. J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. SCHOPENHAUER, A. O mundo como vontade e como representação: primeiro tomo. Trad. Jair Barboza. São Paulo: UNESP, 2005; 2015. SCHOPENHAUER, A. O mundo como vontade e como representação: segundo tomo. Trad. Jair Barboza. São Paulo: UNESP, 2015. SCHOPENHAUER, A. O mundo como vontade e representação. Tomo II: Complementos. Trad. Eduardo Ribeiro da Fonseca. Curitiba: UFPR, 2014. v. 2. Complementares: AMERIKS, K. (Ed.). The Cambridge companion to German idealism. Cambridge: Cambridge University Press, 2000. CACCIOLA, M. L. O conceito de interesse. Cadernos de filosofia alemã – Publicação do Departamento de Filosofia da USP. São Paulo, n. 5, ago. 1999, p. 5-15. JANAWAY, C. (Ed.). The Cambridge companion to Schopenhauer. Cambridge: Cambridge University Press, 1999.
KANT, Immanuel. Crítica da faculdade do juízo. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012. MORAES, D. Desinteresse e comprazimento estético: considerações acerca da apreciação da estética kantiana por Schopenhauer face às de Hegel e Heidegger. O que nos faz pensar – Publicação do Departamento de Filosofia da PUC-Rio. Rio de Janeiro, n. 28, dez. 2010, p. 145-167. PERNIN, M.-J. Schopenhauer: decifrando o enigma do mundo. Rio de Janeiro: J. Zahar, 1995. ROGER, Alain. Vocabulário de Schopenhauer. São Paulo: M. Fontes, 2013. SCHOPENHAUER, A. Metafísica do belo. Trad. Jair Barboza. São Paulo: UNESP, 2003.
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SEMINÁRIO DE METAFÍSICA V
Prof. Dr. Glenn Walter Erickson Carga horária: 30 horas
Ementa: Temas e problemas relacionados à Metafísica, estabelecidos conforme o interesse e pesquisa do professor e dos discentes do PPGFIL no momento da oferta de disciplinas. Conteúdo: O caráter da Metafísica: quem, o quê, quando, onde, por que, como. Metodologia: Aulas expositivas e discussão. Avaliação: 1 avaliação escrita. Referências: Platão, Teeteto. Aristóteles, Física. Heidegger, Ser e Tempo (Introdução).
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SEMINÁRIO DE METAFÍSICA VI "Tópicos de Meta-epistemologia Kantiana"
Prof. Dr. Leonel Ribeiro dos Santos Carga horária: 30h Ideia e objetivo do Curso: Pretende-se pôr em evidência, mediante a análise e hermenêutica de secções geralmente pouco lidas do corpus kantiano (mesmo das obras consideradas “maiores” e mais “canónicas”), todo um horizonte de novas perspetivas sobre os problemas filosóficos e sobre o próprio programa da filosofia crítica-transcendental que não costuma ser considerado pelas vulgatas correntes do Kantismo, e que na verdade relativiza o valor hermenêutico de muitas delas. Esse novo horizonte de perspetivas e os aspetos que a partir dele se deixam reconhecer e que só muito esporadicamente foram advertidos pela receção do Kantismo do século XIX e das primeiras seis décadas do século XX - que maioritariamente alinhou ora
numa interpretação gnosiológica ora, por reação a esta, numa interpretação metafísica da filosofia kantiana -, não podem continuar a ser ignorados ou secundarizados, e efetivamente, embora quase sempre de forma avulsa, eles têm vindo a ser realçados nas décadas mais recentes por vários intérpretes. Ligando entre si os resultados obtidos de pesquisa pessoal, propomo-nos mostrar que esses aspetos não são episódios avulsos ou isolados, mas são antes congruentes entre si e todos se deixam inscrever organicamente na ideia de uma «Heurística Transcendental», expressão pela qual se designa o esforço de Kant para identificar e compreender os pressupostos que presidem ao trabalho do espírito (chame-se este entendimento, razão, imaginação, juízo ou génio) no processo de investigação, de invenção ou de descoberta de novos conhecimentos e conceções, seja nas ciências e na filosofia, seja nas artes e belas-artes. Assim, a Heurística Transcendental kantiana revela uma conceção da prática filosófica entendida como “Poética da Razão” ou do Pensamento e ela cabe na conceção kantiana da filosofia, que se propõe fazer ver na mais clara luz todos os passos e procedimentos da razão (KrV B 765). Será dada especial atenção a aspetos estruturais e estético-formais do pensamento filosófico, tendo como amostra textual a própria obra de Kant.
Roteiro dos principais tópicos e metodologia da sua abordagem
. Delineamento da ideia de uma heurística transcendental e sua inscrição no programa crítico:
Kant e a ars inveniendi dos Modernos: princípios de conveniência; princípios regulativos da razão
(hom*ogeneidade ou unificação / variedade ou especificação / afinidade ou continuidade) e uso regulativo
das ideias da razão; juízo reflexionante e seu princípio transcendental de teleoformidade
(Zweckmässigkeit).
. A dimensão estética da inteligibilidade e da compreensão no conhecimento filosófico e
científico: o prazer (Vergnügen, Lust, Erstaunen, Bewunderung, Entzückung) da contemplação, da
reflexão, da apreciação.
. A analogia e o estatuto epistémico da conjetura e respetivo uso nos escritos kantianos.
. A doutrina kantiana do Como se (Als ob) e sua relevância no plano teorético e estético.
. Ilusão poética e “ilusão transcendental”: ficção poética e poética da ficção. Ilusão, Paralogismos,
Dialética.
. O “uso polémico da razão” ou a razão agónica: antinomias, antitética e dialética da razão. Os
«conflitos da razão consigo mesma» e a «pacificação da razão».
. Linguagem, Poética e Retórica da Filosofia: “sensibilização”, “clareza estética”, “popularidade”
. Metáforas da Razão e razão das metáforas na filosofia de Kant.
. Arquitetónica da Razão e rítmica do Pensamento.
Os tópicos serão abordados de forma orgânica e interrelacionada, discutidos sempre com a devida
sustentação na leitura e comentário dos textos da lista abaixo, tendo em conta os respetivos debates
relevantes na literatura kantiana secundária que vai na Bibliografia de apoio.
Corpus textual de base para leitura e comentário interpretativo
. Crítica da Razão Pura: Dialética Transcendental (secções selecionadas); Apêndice à Dialética
Transcendental; Doutrina Transcendental do Método (capítulos I, II e III).
. Primeira Introdução à Crítica do Juízo (1789).
. Crítica do Juízo (1790): Introdução e §§ 45-60.
. Antropologia §§ 56-57.
. Esboço de um discurso de arguição “Sobre as ficções poéticas” (Entwurf zu einer Opponenten-Rede -
1777), in: «Immanuel Kant, Sobre a ilusão poética e a poética da ilusão (Esboço de um discurso de
arguição “Sobre as ficções poéticas”)», Estudos Kantianos (Marília), v.2, n.2, jul-dez. 2014, pp.291-314
(Apresentação, Tradução e Notas de Leonel Ribeiro dos Santos).
. História Geral da Natureza e Teoria do Céu (secções selecionadas)
Outros textos kantianos poderão ser aduzidos oportunamente.
Avaliação
Elaboração de um pequeno ensaio sobre algum dos tópicos elencados ou de comentário de alguma
peça das obras referidas no corpus textual de base.
Bibliografia de apoio
ADICKES, Erich, Kant und die Als-Ob Philosophie, Stuttgart: Fr. Frommans Verlag, 1927.
CARCHIA, Gianni, Kant e la verità dell’apparenza, Torino: Ananke, 2006.
CATENA, M. T., I. Kant-J.G.Kreutzfeld: Inganno e illusione. Un confronto accademico, Napoli:
Guida, 1998.
DÖRFLINGER, Bernd / KRUCK, Günter (Hrsg.), Über den Nutzen von Illusionen. Die
regulativen Ideen in Kants theoretische Philosophie, Hildesheim: Olms, 2011.
DUQUE PAJUELO, Felix, «L’illusione e la strategia della raggione», Il Cannochiale (Napoli),
1986, nº1/2, pp.97-112.
EUCKEN, R., «Über Bilder und Gleichnisse bei Kant. Ein Beitrag zur Würdigung des
Philosophen», Zeitschrift für Philosophie und philosophische Kritik, 83, 1883, pp.161-193; reimpresso in:
Idem, Beiträge zur Einführung in die Geschichte der Philosophie, Leipzig, 1906, pp.55-82.
GARRONI, Emilio, Estetica ed Epistemologia. Riflession sulla “Critica del Giudizio”, Roma:
Bulzni, 1976. Reed. Milano: Ed. Unicopoli, 1998.
GRIER, Michelle, Kant’s Doctrine of Transcendental lllusion, Cambridge: Cambridge University
Press, 2002.
KARJA, Harald, Heuristiche Elemente der «Kritik der teleologischen Urteilskraft», Heidelberg
(Diss), 1975.
KAUARK-LEITE, Patrícia / FIGUEIREDO, Virgínia / CECCHINATO, G. / RUFFING, M. /
SERRA, A. (Eds.). Kant and the Metaphors of Reason, Hildesheim/Zürich/New York, 2015.
LA ROCCA, Claudio, «Giudizi provvisori. Sulla logica euristica del processo cognoscitivo in
Kant», in: Materiali per un lessico della raggione, Pisa: ETS, 2011, pp.265-310.
_____ «Formen des Als-Ob bei Kant», in: Dörflinger, B. / Kruck, G. (Hrsg.), Über den Nutzen
von Illusionen. Die regulativen Ideen in Kants theoretischer Philosophie, Hildesheim: Olms, 2011, pp.29-
46.
LOPARICI, Zeljko, «Heurística kantiana», Cadernos de História da Filosofia da Ciência, nº 5,
1983, pp.73-89.
______ «Kant entre o ficcionalismo de Vaihinger e a fenomenologia de Heidegger», in: Olivier
Feron (coord.), Figuras da Racionalidade. Neokantismo e Fenomenologia, Lisboa: CFUL, 2011, pp.35-
58.
MARCUCCI, Silvestro, Aspetti epistemologici della finalità in Kant, Firenze, 1972.
_____ Scritti su Kant: Scienza, teleologia, mondo, a cura di C. La Rocca, Pisa:ETS, 2010.
_____ «Kant e l’immaginazione conoscitiva nella Critica del Gudizio», Studi Kantiani, III, 1990,
pp.24-27.
_____ «La dimensione scientifica ed epistemologica del giudizio teleologico in Kant», in: AAVV,
Giudizio e interpretazione in Kant, Genova, 1992, pp. 24-28.
MARTY, François, La naissance de la Métaphysique chez Kant. Une étude sur la notion
kantienne d’analogie, Paris : Beauchesne, 1980.
_____ «L’analogie chez Kant. Une notion critique», Les Études Philosophiques, 1989, pp.455-
474.
MÜLLER, Ulrich, «Objektivität und Fiktionalität. Einige Überlegungen zu Kants “Kritik der
Urteilskraft”, Kant-Studien 77 (1986), pp.203-223.
SÁNCHEZ MADRID, Nuria, «Contingencia y trascendentalidad. La Primera Introducción de la
Crítica del Juízio y la Catábasis reflexiva de la Logica Trascendental», in: Immanuel Kant, Primera
Introducción de la Crítica del Juício. Edición bilingüe, introducción, edición crítica y traducción de Nuria
Sánchez Madrid, Madrid: Escolar y Mayo Editores, 2011, pp.11-84.
SANTOS, Leonel Ribeiro dos, Ideia de uma Heurística Transcendental. Ensaios de Meta-
Epistemologia Kantiana, Lisboa: A Esfera do Caos, 2012. (Recensão por Nuria Sánchez Madrid em
Estudos Kantianos, v. 1, n.1, pp.247-254, jan-jun. 2013).
____ Metáforas da Razão ou economia poética do pensar kantiano (Lisboa: FLUL, 1989),
Lisboa: JNICT/F. C. Gulbenkian, 1994a.
____ A razão sensível. Estudos Kantianos, Lisboa: Colibri, 1994b.
____ «Hans Vaihinger: o Kantismo como um Ficcionalismo?», in. L. R. dos Santos et alii (Eds.),
Kant: Posteridade e Atualidade, Lisboa: CFUL, 2006, pp.515-536.
____ «Neokantismo e Ficcionalismo. Hans Vaihinger e a sua “Filosofia do Como se”», in Olivier
Feron (coord.), Figuras da Racionalidade. Neokantismo e Fenomenologia, Lisboa: CFUL, 2011, pp.205-
218.
______ «Las ficciones de la razón, o el kantismo como ficcionalismo. Una reapreciación de Die
Philosophie des Als Ob de Hans Vaihinger», Devenires. Revista de Filosofía y Filosofía de la Cultura,
IX, nº 18, Julio 2008, pp.25-52 (tradução de Eduardo Pellejero).
_____ «A “Vontade de Aparência”, ou o Kantismo de Nietzsche, segundo Hans Vaihinger», O
que nos faz pensar. Revista de Filosofia da PUC/Rio, Dez. 2012, pp. 225-244. Versão abreviada em
inglês em: Katia Hay / Leonel R. dos Santos (Eds.), Nietzsche, German Idealism and Its Critics,
Berlin/New York: Walter de Gruyter, 2005, pp.
_____ “Apresentação” de: «Immanuel Kant, Sobre a ilusão poética e a poética da ilusão (Esboço
de um discurso de arguição “Sobre as ficções poéticas”)», Estudos Kantianos (Marília), v.2, n.2, jul-dez.
2014, pp. 291-314.
_____ «O pensamento kantiano e o seu ritmo», in: Ubirajara R, de Azevedo marques (Org.), Kant
e a Música, São Paulo: Barcarolla, 2010, pp.143-178.
SCHÄFFER, L., «Reflektierende Urteilskraft. Analogien als heuristische Regeln einer
Forschungslogik», in: F. Rodi (Ed.), Urteilskraft und Heuristik in den Wissenschaften. Beiträge zur
Entstehung des Neuen, Verlbrück, Weilerwist, 2003, pp.49-72.
SGARBI, Marco, La logica dell’irrazionale. Studio sul significato e sui problemi della Kritik der
Urteilskraft, Milano: Mimesis, 2010.
TAKEDA, Sueo, Kant und das Problem der Analogie. Eine Forschung nach dem Logos der
Kantischen Philosophie, Den Haag: M. Nijhoff, 1969.
TOMASI, Gabriele, La voce e lo sguardo. Metafore e finzioni della coscienza nella dottrina
kantiana della virtù, Pisa:ETS, 1999.
VAIHINGER, Hans, A Filosofia do Como Se. Sistema das ficções teoréticas, práticas e religiosas
da humanidade na base de um positivismo idealista. Tradução e Apresentação de Johannes Kretschmer,
Chapecó: Argos-Editora da Unochapecó, 2011 (Die Philosophie des Als Ob. System der theoretischen,
praktischen und religiösen Fictionen der Menschheit auf Grund eines idealistischen Positivismus. Mit
einem Anhang über Kant und Nietzsche, Berlin, 1911).
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METAFÍSICA II
Prof.ª Dr.ª Gisele Amaral dos Santos Carga horária: 60 horas Objetivos:
A crítica de Aristóteles à teoria das ideias de Platão está inserida no contexto da interpretação do autor
acerca doutrina da causalidade. Aristóteles pretende demonstrar o conhecimento da causa formal como
determinante para a ciência da natureza, tanto quanto o conhecimento da causa material. Assim,
Aristóteles identifica os aspectos definitivos da realidade, matéria e forma, senda a última identificada
como sua essência (to ti ên einai), por conseguinte, como o aspecto determinante da matéria. A partir
dessa concepção, Aristóteles confrontará as ideias platônicas e estabelecerá a sua doutrina da causa
formal. No seio desta defesa, está a concepção da ideia platônica e o quanto a ela Aristóteles se opõe. Mas
a suposição e aceitação de uma teoria das ideias platônicas não está livre de controvérsias, sobretudo,
porque da principal obra de Aristóteles dedicada ao estudo das ideias, o Peri ideôn (Sobre as ideias), nos
restaram apenas os fragmentos preservados por Alexandre de Afrodísia, em seu comentário sobre a
Metafisica de Aristóteles. A presente disciplina está dividida em duas etapas: na primeira, de cunho
predominantemente histórico, caberá investigar as origens e a natureza das ideias platônicas; na segunda,
caberá compreender os termos da crítica aristotélica, bem como identificar quais são os seus argumentos
mais contundentes na rejeição à teoria e às próprias ideias, formuladas por Platão.
Bibliografia:
ARISTÓTELES. Metafísica: ensaio introdutório, texto grego com tradução e comentário de Giovanni
Reale. Tradução Marcelo Perine, 5ª edição. São Paulo: Edições Loyola, 2015.
_________. Física I e II. Prefácio, introdução, tradução e comentários de Lucas Angioni. Campinas:
Editora Unicamp, 2009.
__________. Metafísica. Edición trilíngue por Valentín García Yebra. 2ª Edición. Madrid: Gredos, 1998.
BARNES, J. The Cambridge Companion to Aristotle. Edited by Jonathan Barnes. Cambridge: Cambridge
University Press, 1995.
CHERNISS, H. F. Aristotle’s Criticism of Plato and the Academy. Vol I. Baltimore: The Johns Hopkins
Press, 1944.
FINE, G. On Ideas: Aristotle’s Criticism of Plato’s Theory of Forms. Oxford; New York: Clarendon
Press; Oxford University Press, 1993.
PLATÃO. A República. Introdução, tradução e notas de Maria Helena da Rocha Pereira. 14ª edição.
Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2014.
______. Diálogos. Tradução direta do grego Carlos Alberto Nunes. 2ª edição revisada. Belém: Editoria
Universitária UFPA, 2002.
SMITH, N. D. Plato Critical Assessments. Edited by Nicholas D. Smith. London; New York: Routledge,
1998.
Metodologia:
Aulas expositivas; leitura e análise de passagens selecionadas de textos de Platão, Aristóteles, além dos
seus intérpretes; discussões temáticas.
Procedimentos de avaliação:
A partir de uma seleção de artigos de autores contemporâneos, cada aluno do curso poderá optar pela
elaboração de um trabalho final escrito ou pela apresentação de um seminário envolvendo o comentário
acerca dos temas pertinentes ao programa da disciplina.
Atendimento:
2as. e 3as. das 16h às 18h, ou em horário agendado conforme a necessidade do aluno.
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METAFÍSICA III " Metaontologia"
Prof. Dr. Daniel Durante Pereira Alves Carga horária: 60 horas Objetivos: O objetivo da disciplina é estudar por completo o livro “Ontology and Metaontology: a complete guide” de Francesco Berto e Matteo Plebani. Se ontologia pode ser entendida como o estudo do que há, ou dos tipos de coisas que há, este entendimento nos deixa algumas perguntas? Como fazer isso? E o que significa dizer que algo existe? A resposta a estas perguntas é o tema da metaontologia. O livro escolhido apresenta uma introdução contemporânea a estas questões segundo a perspectiva de filósofos da tradição analítica. A avaliação será feita através da apresentação de seminários e de trabalho escrito.
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TÓPICOS DE ÉTICA IV "Altruísmo"
Prof.ª Dr.ª Cinara Maria Leite Nahra Carga horária: 15h
Objetivos:
Neste curso de 1 crédito continuaremos as discussões sobre altruísmo realizadas no curso
oferecido ano passado. Discutiremos o que é o altruísmo, através de suas definições e estudaremos aqui
as propostas de Peter Singer sobre altruísmo efetivo expressas no livro “The Most Good You Can Do”.
Discutiremos o problema da miséria mundial como um do maiores problemas éticos da atualidade e sua
relação com a necessidade de implantarmos políticas públicas para a difusão do altruísmo a nível global.
Temas:
Os temas a serem discutidos serão os seguintes:
AULA 1- 16/08- O que é altruísmo, as definições de altruísmo. O que é altruísmo efetivo. É
possível superar o egoísmo e adotar o ponto de vista do universo? Leitura e discussão de temas
trabalhados por Peter Singer no livro “The Most Good You Can Do”
AULA 2- 30/08 – Os malefícios da miséria. A pobreza hoje. Leitura e discussão do relatório da
OXFAM :Uma economia para os 99% disponível em
https://www.oxfam.org/sites/www.oxfam.org/files/file_attachments/bp-economy-for-99-percent-160117-
summ-en.pdf
AULA 3- 06/09 – Políticas Públicas para o altruísmo, discussão a partir do artigo (apresentado
mas ainda não publicado) de minha autoria “Public Policies for Enhancing Altruism”
AULA 4- 13/09 – A definir
Metodologia:
Leitura de trechos selecionados destas obras e discussões em classe sobre os temas.
Avaliação:
A avaliação será feita pela participação nas aulas, leituras dos textos e contribuição nas discussões.
Bibliografia básica:
Dugatkin, Lee Alan – The Altruism Equation (USA, Princeton University Press,2006)
Mac Askill, William - Doing Good Better: How Effective Altruism can Help You Make a Difference
(New York, Penguin, 2015)
Marsha, A.; Stoycosa, S.A.; Brethel-Hauurwitza K.M.; Robinson, P.; Van Meterc, J.W.; Cardinalea ,
E.M. 2014. Neural and cognitive characteristics of extraordinary altruists. Proceedings of the National
Academy of Sciences, 111(42):15036-15041. https://doi.org/10.1073/pnas.1408440111
Nahra, Cinara- Moral enhancement e Neuroética: Uma revisão sobre os mecanismos neurais do altruísmo
Filosofia Unisinos Vol 17 (3):384-389doi: 10.4013/fsu.2016.173.17 disponívl no link
file:///C:/Users/cinara/Downloads/12991-49608-1-PB%20(5).pdf
Nahra, Cinara – Public Policies for Enhancing Altruism (texto inédito apresentado no congresso ética e
políticas públicas em Florianópoils de 26 a 29 de junho de 2017)
OXFAM ,2017: An economy for the 99%
Full report disponível em https://www.oxfam.org/sites/www.oxfam.org/files/file_attachments/bp-
economy-for-99-percent-160117-en.pdf
Singer, Peter – The Life You Can Save (London, Picador, 2009)
Singer, Peter – Famine, Affluence and Morality Philosophy and Public Affairs, vol. 1, no. 1 (Spring
1972), pp. 229-243 disponível no link http://www.utilitarian.net/singer/by/1972----.htm
Singer, Peter – The Most Good You Can Do (Yale Universy Press, 2015)
SITES relevantes para a temática:
Centre for Efective Altruism
https://www.centreforeffectivealtruism.org/
Giving what we can
https://www.givingwhatwecan.org/
SEMINÁRIO DE ÉTICA I "Quem é o homem? Nietzsche e a visão pessimista, apolínea e trágica"
Prof.ª Dr.ª Fernanda Machado de Bulhões Carga horária: 30h
Bibliografia Básica:
NIETZSCHE, Friedrich. O nascimento da tragédia. Trad. J. Guinsburg. São Paulo, Companhia das
Letras, 1992.
BRUM, José Thomaz. O pessimismo e suas vontades. RJ, Rocco.
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SEMINÁRIO DE ÉTICA III " A morte de Deus, o último homem, amor fati, o sim à vida – alguns conceitos de Nietzsche "
Prof.ª Dr.ª Fernanda Machado de Bulhões Carga horária: 30h Bibliografia Básica:
NIETZSCHE, Friedrich. A gaia ciência. Trad. Paulo César de Souza, São Paulo: Ed. Cia das Letras
(Bolso), 2001.
_________________. Assim falou Zaratustra. Rj: ed. Bertrand, 1989.
__________________. Ecce hom*o. Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras.
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SEMINÁRIO DE ÉTICA IV " O Pensamento ético-antropológico no Renascimento, dos Humanistas a Montaigne"
Prof. Dr. Leonel Ribeiro dos Santos Carga horária: 30h
Tema e objetivo
Aborda-se a emergência e a relevância filosófica da questão antropológica no pensamento dos
séculos XIV-XVI, na conjunção de várias tradições filosóficas (Platonismo/Neoplatonismo, Estoicismo,
Epicurismo), teológicas (Cristianismo, Patrística) e sapienciais (Hermetismo), entretanto “renascidas” ou
redescobertas. Com base na exegese dos escritos dos pensadores abaixo referidos, expõe-se a grande
variedade da reflexão ético-antropológica e mostra-se a insustentabilidade da vulgar e corrente
interpretação do pensamento humanista e renascentista como sendo caracterizado pelo antropocentrismo
ou pelo formalismo retórico. Refuta-se também a conhecida tese de Heidegger a respeito do
“Humanismo” e a respetiva desqualificação deste por supostamente estar determinado pela “Metafísica”
ou pretender dar-se como fundamento de uma “Metafísica”. Mostra-se a profunda tensão e mesmo a crise
em que se move a reflexão antropológica renascentista: se, por um lado, a redescoberta das fontes
filosóficas, teológicas e sapienciais antigas inspirou a proliferação de versões de uma antropologia
idealizada e tendencialmente otimista, que acentuava os tópicos da dignidade e excelência do homem e da
capacidade deste para ser tudo o que quisesse ser segundo a decisão do seu ânimo ou arbítrio; por outro, o
encontro com formas até então de todo não conhecidas do humano e outras mal conhecidas, reveladas
pelas viagens dos “Descobrimentos”, conduziu à desconstrução e relativização da imagem filosófica
erudita, idealizada e mítica do homem, cultivada pelos humanistas e filósofos; enquanto, pelo meio, a
reflexão antropo-teológica de alguns pensadores do movimento reformador cristão, sobretudo de
expressão luterana e calvinista, ao ressuscitar e radicalizar posições que já haviam tido expressão no
pensamento teológico-filosófico proto-medieval (na reação ao Pelagianismo), levou a exacerbar a
distinção e mesmo a contraposição entre a visão racional filosófica e a visão existencial e afetiva da fé
cristã e a insistir na incapacidade do homem para se regenerar e se realizar por si próprio mediante as suas
meras faculdades da razão e da vontade (livre-arbítrio/liberdade), uma vez tendo decaído do seu estado
original pelo pecado de Adão, desenvolvendo-se assim uma antropologia moral de pendor pessimista
dominada pela angústia da salvação. Dessa tensão e dessa crise do discurso antropológico renascentista dá
expressivo testemunho a reflexão antropológica de Montaigne.
Principais tópicos a abordar
Humana conditio; vita activa / vita contemplativa; feritas / humanitas / divinitas; dignidade e
excelência do homem; hom*o quidam deus; liberdade /destino (e predestinação); imortalidade (Ficino,
Pomponazzi, Cardano); reabilitação da dignidade do prazer (Lorenzo Valla, Thomas More); o amor na
sua dimensão antropológica, cósmica e onto-teológica (Marsílio Ficino e Leão Hebreu); virtù e fortuna
(Maquiavel); a condição do “homem cristão”: de «oprimido sob o poder do diabo» à libertação pela fé e
graça divina (Lutero); homem interior vs. homem exterior (Erasmo); recusa da antropologia intelectualista
e voluntarista aristotélico-escolástica e estóica e afirmação do primado dos afetos (Ph. Melanchton);
natureza vs. cultura: do confronto com o “Outro” à reflexão sobre a “diversidade humana” (Michel de
Montaigne).
Metodologia
No contexto da abordagem dos tópicos, serão lidos, comentados e discutidos textos selecionados
dos seguintes pensadores: Francesco Petrarca, Coluccio Salutati, Lorenzo Valla, Gianozzo Manetti,
Nicolau de Cusa, Giovanni Pico della Mirandola, Marsilio Ficino, Charles de Bovelles, Giovanni
Pontano, Pietro Pomponazzi, Thomas Morus, Erasmo de Roterdão, Juan Luís Vives, Martinho Lutero,
Philipp Melanchthon, Nicolau Maquiavel, Bartolomé de las Casas, Michel de Montaigne, e de outros.
Principais textos de referência
CASSIRER, E. / Kristeller, P.O. / Randall, J. H. (Eds.) - The Renaissance Philosophy of Man,
Chicago / London: The University of Chicago Press, 1974. Contém algumas das peças mais importantes
da antropologia renascentista, traduzidas para inglês e apresentadas por alguns dos mais qualificados
intérpretes do pensamento filosófico desse período. Pensadores antologizados: Petrarca, Lorenzo Valla,
Marsilio Ficino, Giovanni Pico della Mirandola, Pietro Pomponazzi e Juan Luís Vives.
KRAYE, Jill (Ed.), Cambridge Translations of Renaissance Philosophical Texts, vol. I: Moral
Philosophy, Cambridge: Cambridge U.P., 1997. Dividida em 6 seções, a primeira das quais aborda o
conceito renascentista de Homem e as 5 restantes abordam aspetos do pensamento ético-antropológico,
segundo as diferentes tradições filosóficas cultivadas na época (aristotélica, escolástica, platónica e
neoplatónica, estóica, epicurista), com ampla representação de autores e de seus textos em tradução
inglesa.
BARTOLOMÉ DE LAS CASAS, Tratado sobre la matéria de los índios e Princípios para
defender la justicia de los índios, in: Idem, Obra Indigenista, ed. e introd. de José Alcina Franch, Madrid:
Alianza Editorial, 1985.
MELANCHTHON, Philipp, Textos selecionados e traduzidos das seguintes obras: Loci communes
rerum theologicarum (1521), Praefatio in Officia Ciceronis (1534), Philosophiae moralis epitomes
(1546), Liber de anima (1553), Loci praecipui theologici (1559), in: Melanchthons Werke in Auswahl,
vols. II e III (ed. R. Stupperich, Gütersloh, 1951).
LUTERO, Martinho, Disputatio De Homine (1536), in: Gerhard Ebeling Lutherstudien, vols. I-II
(edição e comentário), Tübingen: Mohr, 1982.
MONTAIGNE, Michel de, Essais, I, cap. 31, 56 ; II, cap. 12; III, cap. 13.
De outros pensadores que venham a ser abordados será disponibilizada seleção dos textos a
comentar, em tradução do docente, sempre que não exista deles alguma tradução ou edição acessível.
Bibliografia de apoio
ANDRÉ, João Maria - «O homem como microcosmo: da conceção dinâmica do homem em
Nicolau de Cusa à inflexão espiritualista de Ficino», Philosophica 14, 1999, pp.7-30.
BARON, Hans, The Crisis of the Early Italian Renaissance. Civic Humanism and Republican
Liberty in an Age of Classicism and Tyranny [1955], Princeton: Princeton University Press, 1966.
_____, In Search of Florentine Civic Humanism. Essays on the Transition from Medieval to
Modern Thought, 2 vols., Princeton: Princeton U.P., 1989.
BUCK, August, «Der Begriff der Menschenwürde im Denken der Renaissance, unter besonderer
Berücksichtigung von Giannozzo Manetti», Introd. À sua ed. da obra do humanista italianao (trad. de
Harmut Leppin): Giannozzo Manetti, Über die Würde und Erhabenheit des Menschen, Hamburg: Meiner,
1990, pp.VII-XXXIV.
CALAFATE, Pedro (Coord.) – Escola Ibérica da Paz: a consciência crítica da Conquista e
Colonização da América, Prefácio de António Augusto Cançado Trindade, Santander: Ed. Universidad de
Cantabria, 2014 (Textos de pensadores dos séculos XVI nas universidades de Coimbra, Évora,
Salamanca, Valladolid).
CASSIRER, Ernst – Individuum und Kosmos in der Philosophie der Renaissance, Leipzig /
Berlin, 1927. Trad. franc.: Individu et Cosmos dans la philosophie de la Renaissance, Paris: Minuit, 1983.
FAYE, Emmanuel, Philosophie et perfection de l’Homme: De la Renaissance à Descartes, Paris :
Vrin, 1998.
GARIN, Eugenio (Dir.) – L’Uomo del Rinascimento, Bari-Roma: Laterza, 1988. O Homem
Renascentista, Lisboa: Presença, 1991.
_____ Rinascite e rivoluzioni. Movimenti culturali dal xiv al xviii secolo, Bari: Laterza, 1975,
pp.327-362: «Alla scoperta del ?diverso’: i selvaggi americani e i saggi cinesi».
GLIOZZI, Guliano, Adamo e il nuovo Mondo. La nascita dell’antropologia come ideologia
coloniale: dalle genealogie bibliche alle teorie razziali (1500-1700), Firenze: La Nuova Italia, 1977.
GUIDI, Remo L., Il dibattito sull’ Uomo nel Quattrocento, Roma: Tiellemedia Editore, 1999.
HEIDEGGER, Martin, Carta sobre o “Humanismo” [1947], Lisboa: Guimarães Editores (Brief
über den “Humanismus”, Gesamtausgabe, Frankfurt a.M.: V. Klostermann, Bd. 9, 1976.
HELLER, Agnes – O Homem do Renascimento, Lisboa: Presença, 1982.
KOENIGSBERGER, Dorothy, Renaissance Man & Creative Thinking: A History of Concepts of
Harmony 1400-1700, Hassocks/Sussex: The Harvester Press, 1979.
KRISTELLER, P. O., Renaissance Thought and Its Sources, New York: Columbia University
Press, 1979 (trad. esp.: El Pensamiento renacentista y sus Fuentes, México: Fondo de Cultura
Económica, 1982: nomeadamente, «Los conceptos de hombre en el Renacimiento», pp.225-279).
______ Renaissance Concepts of Man and Other Essays, New York, 1972 (trad. it.: Concetti
rinascimentali dell’Uomo e altri saggi, Firenze, 1978).
______ «Ficino and Pomponazzi on the Place of Man in the Universe», Journal of the History of
Ideas, V (1944), pp.220-226.
______ «The Philosophy of Man in the Italian Renaissance», Italica, xxiv (1947),pp. 93-112.
LANDUCCI, Sergio, I filosofi e i selvaggi (1580-1780), Bari: Laterza, 1972.
PAPARELLI, Gioacchino, Feritas, Humanitas, Divinitas (L’Essenza umanistica del
Rinascimento), Napoli : Guida Editori, 1973.
RABIL, Jr. Albert (ed.), Renaissance Humanism. Foundations, Forms (3 vols.), Philadelphia:
University of Pensylvannia Press, 1991.
SANTOS, Leonel Ribeiro dos - «O Humano, o Inumano e o Sobre-humano no pensamento
antropológico do Renascimento», in: Idem, O Espírito da Letra. Ensaios de Hermenêutica da
Modernidade, Lisboa:INCM, 2008, pp.43-92.
______ «Petrarca, filósofo da condição humana», Philosophica 34, 2209, pp.415-438.
______ «Cuidado da alma e poética da solidão. Considerações sobre o Platonismo de Petrarca»,
in: O.F. Bauchwitz, E. Fernandes, Cícero C. Bezerra (Orgs.), Seminários do Seridó. Solidão e Liberdade,
Natal: Edufrn, 2014, pp.227-258.
_____ Linguagem, Retórica e Filosofia no Renascimento, Lisboa: Colibri, 2004.
SCHMITT, Charles B. / SKINNER, Q. (Eds.), The Cambridge History of Renaissance
Philosophy, Cambridge: Cambridge University Press, 1988.
TODOROV, T. – La conquête d’Amérique. La question de l’Autre, Paris: Seuil, 1982.
_____ Nous et les autres. La refléxion française sur la diversité humaine, Paris : Seuil, 1989
(sobretudo o cap.1 : o « outro » em Montaigne.
TRINKAUS, Charles – In Our Image and Likeness. Humanity and Divinity in Italian Humanist
Thought, 2 vols., Notre Dame / IND:University of Notre Dame Press, 1995..
_______ The Scope of Renaissance Humanism, Ann Arbor: The University of Michigan Press, 1983 (nomeadamente
os ensaios: «The Renaissance Idea of the Dignity of Man» (343-363; «Themes for a Renaissance Anthropology» (pp.364-403),
«Luther’s Hexameral Anthropology» (pp.404-421).
VASOLI, Cesare – Quasi sit Deus. Studi su Marsilio Ficino, Lecce: Conte Editore, 1999.
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SEMINÁRIO DE ÉTICA VI
Prof. Dr. Glenn Walter Erickson Carga horária: 30 horas Ementa: Temas e problemas relacionados à Ética, estabelecidos conforme o interesse e pesquisa do professor e dos discentes do PPGFIL no momento da oferta de disciplinas. Conteúdo: A aplicação das distinções entre teoria e prática, o exotérico e o esotérico, e o definido e o indefinido, aos tópicos da Teoria de Valor contidos nos termos “Ética”, “Filosofia Política” e “Estética”. Metodologia: Aulas expositivas e discussão. Avaliação: 1 avaliação escrita. Referências: Platão, A República. Aristóteles, Ética a Nicomaco. Heidegger, Ser e Tempo.
SEMINÁRIO DE FILOSOFIA POLÍTICA I
Prof. Dr. Antonio Basilio Novaes Thomaz de Menezes Carga horária: 30 horas Ementa: Temas e problemas relacionados à Filosofia Política, estabelecidos conforme o interesse e pesquisa do professor e dos discentes do PPGFIL no momento da oferta de disciplinas. Objetivos: Investigar os diferentes aspectos da relação entre as concepções de Direito e de Democracia em Habermas, a partir da perspectiva de compreensão da esfera pública e os seus respectivos desdobramentos nos campos da Filosofia Política e da Filosofia do Direito em torno da defesa do Estado Democrático de Direito. Conteúdo: 1. As concepções de Direito e de Democracia. 2. A compreensão da esfera pública. 3. Os desdobramentos nos campos da Filosofia Política e da Filosofia do Direito. 4. A defesa do Estado Democrático de Direito. Competências e Habilidades:
Analise crítica de obras filosóficas e de elaboração de textos argumentativos com fundamentação bibliográfica. Metodologia: Aula expositiva. Seminários. Leitura de textos. Avaliação: Seminário e trabalho escrito. Referências: HABERMAS, Jürgen. Direito e Moral. Trad. Sandra Lippert. Lisboa: Instituto Piaget; 1999. _________________. A inclusão do outro. Trad. George Sperber; Paulo Astor Soethe. São Paulo: Edições Loyola; 2002. _________________. Passado como Futuro. Trad. Flavio Beno Siebeneichler. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro; 1993. _________________. Direito e Democracia entre facticidade e validade, VOL. I. Tradução de Flávio Beno Siebeneichler.- Rio de Janeiro: Ed. Tempo Brasileiro, 2012. _________________. Direito e Democracia entre facticidade e validade, VOL. II. Tradução de Flávio Beno Siebeneichler - Rio de Janeiro: Ed. Tempo Brasileiro, 2011.
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FILOSOFIA POLÍTICA III " A ideologia e suas formas"
Prof. Dr. Alípio de Sousa Filho Carga horária: 60 horas Programa: 1.Filosofia e ideologia a) a tradição metafísica: essencialismo, transcendentalismo b) a filosofia “identitária-conjuntista”: o “fantasma do Uno” 2. Ideologia, não quero uma pra viver... a) o que é ideologia, ou a ideologia tout court... b) ideologia e sujeição ideológica: o poder subjetivante da ideologia (sujeito, sujeição) 3. Vida cotidiana e ideologia a) a ideologia da “natureza humana” b) Ideologia, sexo e gênero c) Ideologia e mídia 4. Crítica à ideologia, desideologização e dessujeição
TÓPICOS DE LÓGICA I
" Vidas Póstumas são Possíveis" Prof. Dr. Frode Björdal Carga horária: 15 horas
Objetivo: Analiso problemas relacionados à possibilidade de vivermos até após a morte. Estes problemas receberam atenção nas tradições religiosas e na filosofia ao menos desde o diálogo Fédon de Platão. Hasker & Talliaferro (2014) tem discussões úteis sobre o assunto e até indica que muitos filósofos contemporâneos consideram vidas após a morte impossíveis. Argumento com base na semântica evaluationista de lógicas modais introduzida em Bjørdal (2012) que vidas além da morte são possíveis; versões do ponto de vista necessitarianista que pressuponho também foi defendido por Williamson (1998) e Linsky & Zalta (1994), e utilizei uma versão independentemente em Bjørdal (2000). Uma novidade notável da semântica evaluationista mostra-se nas maneiras de justificar a fórmula Barcan e sua inversão, e estas maneiras são bem diferentes daquelas que se acham na semântica “dos mundos possíveis” como em Kripke (1963) e na literatura descendente. Vale enfatizar que não fazemos pressuposições na filosofia da mente como dualismo ou materialismo e não presumimos que existem seres divinos. Bibliografia: Bjørdal, Frode Alfson: The Evaluation Semantics - A Short Introduction, in The LOGICA Yearbook 2011, College Publications, London, 2012; 31-36. Bjørdal, Frode Alfson: On the Reality of the Future, apresentação no evento Entering the Third Millennium - Philosophy between its Past and its Future na Universitetet i Bergen, Norge, 2000. Hasker, William & Taliaferro, Charles: Afterlife, in The Stanford Encyclopedia of Philosophy, (Winter 2014 Edition), Edward N. Zalta (ed.): plato.stanford.edu/archives/win2014/entries/afterlife. Kripke, Saul Aron: Semantical Considerations on Modal Logic, in Acta Philosophica Fennica 16 (1963); 83-94. Linsky, Bernard & Zalta, Edward: In Defense of the Simplest Quantified Modal Logic, in Philosophical Perspectives, 8 (1994); 431–458. Williamson, Timothy: Bare Possibilia, in Erkenntnis, 48 (1998); 257–273.
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LÓGICA IV Prof. Dr. Cláudio Ferreira Costa Carga horária: 60 horas Ementa: Trata-se de um curso sobre o problema da natureza do conhecimento em filosofia analítica. Objetivos: Oferecer ao aluno um treinamento na metodologia analítica e um conhecimento das principais teorias relacionadas ao problema do conhecimento, principalmente no que diz respeito a uma reformulação suficientemente adequada da definição tradicional do conhecimento. Conteúdo: A definição clássica de conhecimento como crença verdadeira justificada. O problema de Gettier. Soluções alternativas. Solução conservadora. Análise dos conceitos de crença, justificação e verdade. O curso também possui um aspecto mais introdutório: questões básicas de epistemologia serão expostas e expostas e discutidas junto com a literatura introdutória pertinente.
Competências e habilidades: Desenvolver no aluno competência básica em epistemologia analítica. Metodologia: Exposição oral, leitura e discussão de textos em sala de aula. Avaliação: Através de prova escrita. Referências: 1. Claudio Costa: Philosophical Semantics 2. Claudio Costa: “A perspectival definition of knowledge” 3. Os outros textos serão colocados à disposição dos alunos logo no início do curso. Praticamente não há um bom texto traduzido para o português, razão pela qual é muito desejável que o aluno seja capaz de ler em inglês.